– Vocação para o casamento
121-O casamento é um sinal precioso, porque “quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do matrimônio, Deus, por assim dizer, se ‘reflete’ neles, imprime neles seus traços e o caráter indelével de seu amor”. O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós. De fato, Deus também é comunhão: as três pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo viveram sempre e para sempre em perfeita unidade. E este é precisamente o mistério do matrimônio: Deus faz dos dois cônjuges uma só existência. Isto tem conseqüências diárias e muito concretas, porque os esposos “em virtude do sacramento são investidos de uma verdadeira missão, para que possam tornar visível, a partir das coisas simples e ordinárias, o amor com o qual Cristo ama sua Igreja, continuando a dar sua vida por ela”.
123-Depois do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é “a maior das amizades”. É uma união que tem todas as características de uma boa amizade: a busca do bem do outro, a intimidade, a ternura, a estabilidade e uma semelhança entre amigos que se constrói através da vida compartilhada. Mas o casamento acrescenta a tudo isso uma exclusividade indissolúvel – expressa no projeto estável de compartilhar e construir toda a vida em conjunto. Sejamos sinceros e reconheçamos os sinais da realidade: aqueles que amam não pensam que a relação durará apenas um tempo; aqueles que vivem intensamente a alegria do casamento não pensam nela como algo temporário; aqueles que assistem à celebração de uma união cheia de amor, mesmo sendo frágil, esperam que ela dure com o tempo; os filhos não só querem que seus pais se amem, mas também que sejam fiéis e que permaneçam sempre juntos. Estes e outros sinais mostram que na própria natureza do amor conjugal há uma abertura para o definitivo. A união que se cristaliza na promessa do casamento para sempre é mais do que uma formalidade social ou uma tradição, porque está enraizada nas inclinações espontâneas da pessoa humana. E para os crentes, é um pacto diante de Deus que exige fidelidade: “O Senhor é uma testemunha entre você e a esposa de sua juventude que você traiu, ainda que ela fosse sua companheira e a esposa de seu pacto […]. Não traia a esposa de sua juventude, pois odeio o repúdio” (Mal 2,14.15-16).
(Ml 2, 14.15-16)
Papa Francisco, Amoris Laetitia
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